Após seis dias dois náufragos ainda não foram encontrados

Foto: Reprodução/PRFAinda persistem as buscas por dois dos nove tripulantes do navio que naufragou no Litoral Paraibano. Sete tripulantes foram resgatados com vida.

Continuam desaparecidos o Pernambucano Rivaldo Soares de Souza Lima Segundo, 31 anos e o segundo zelador conhecido como Flavinho, 20 anos. Vários órgãos da Paraíba, incluindo a Polícia Rodoviária Federal (PRF) continuam a fazer as buscas.

Francisco Amorim, 39 anos, um dos sobreviventes do barco, disse em entrevista com relação a morte do zelador:"Enquanto estávamos no mar, ele estava dando força para todos, dizendo que íriamos conseguir encontrar a terra e nos salvar, mas quando percebeu que não conseguiria mais sobreviver ele pediu pra que déssemos um recado aos pais: que os amava muito". Francisco relata que os demais "pediram que Flavinho tivesse força, que tentasse boiar e segurasse, mas perceberam que ele não tinha mais força. Disse as últimas palavras e desceu".

O NAUFRÁGIO - Por volta das dez e meia da noite de quinta feira (04) Francisco e outro tripulante estavam acordados quando perceberam que havia fogo na sala das máquinas. Francisco acordou os companheiros que tentaram apagar o fogo de várias maneiras, mas o fogo tomou conta do lugar onde estavam a balsa e os coletes salva-vidas, conta Francisco. Os tripulantes procuraram uma maneira da sair do barco, pegaram uma corda grossa e a jogaram no mar para se segurar nela. O fogo já estava atingindo a proa onde estavam. Por volta das 4 horas da sexta feira (04) o barco que estava com cerca de 10 toneladas de óleo diesel explodiu.

TRIPULANTES - Após a explosão, os tripulantes estavam a deriva em alto mar, tendo apenas a corda que boiava para se segurar, "Tinhamos muita esperança" conta Francisco. Um pequeno barco foi visto por volta das 9 horas. Ramiro Freire Cacho Junior, o primeiro que foi resgatado, tentou nadar até o barco, mas não o viram. Alex Ramon Lopes, de 19 anos, sobrinho de Francisco já não sentia mais as pernas nem abria os olhos. Pensando no desespero da família se algo acontecesse com o sobrinho, Francisco separou-se do grupo levando-o consigo conseguindo chegar a uma praia deserta da Paraíba. Quando chegaram na praia cavaram um buraco para aproveitar o calor do sol e dormiram até por volta das 10 horas. Depois sairam e caminharam por horas até Praia Bela onde o tio desmaiou e só acordou no hospital.

VOLTA PRA CASA - Os sobreviventes foram primeiramente conduzidas ao Hospital de João Pessoa, depois foram transferidos para Recife nesta segunda (08) e terça (09) já estavam Foto: Rodrigo Lôbo.com a família. Francisco ainda não decidiu se continuará nesse trabalho. "Foi muito especial saber que as pessoas se preocupam comigo e gostam de mim. Ainda não consegui ter uma reação, mas aprendi a importância da vida. É gratificante essa nova oportunidade de renovação. Minha esposa e os meus filhos  (três adolescentes e uma enteada) não querem que volte a viajar, mas não sei se vou arrumar outro emprego que mantenha o nosso padrão" conta Francico. Por enquanto, sua esperança é que o engenheiro ainda seja resgatado com vida.

Veja mais sobre as buscas do Engenheiro Rivaldo Soares.

Relato de Francisco Amorim

Entrevista com Alex Ramon

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