Ainda não se sabe ao certo quem ou o que causou o derramamento de óleo nas praias que atingiram a região Nordeste do Brasil. E embora o governo tenha demorado em tomar uma ação para a contenção dos estragos, a população nordestina não esperou, simplesmente arregaçou as mangas e foi fazer seu melhor para amenizar os danos causados por essa tragédia.
Ainda há muito trabalho a ser realizado. Mas algo que é imprescindível para todos os que desejam ajudar a limpar as praias dessa anomalia ambiental é o uso de Equipamento de Proteção individual (EPI).
O óleo que atingiu as praias da região nordeste na realidade é petróleo cru, o que implica dizer que há pelo menos três grandes efeitos nocivos. Primeiro, esse óleo afeta a cadeia alimentar dos frutos do mar, desde peixes, algas e crustáceos, até na reprodução dos mesmos em água doce, estuários e mangues. O segundo efeito é na sedimentação do petróleo no fundo do mar, com a impregnação na areia, rochas e corais. O terceiro efeito tem relação com os banhistas, turismo e a cadeia econômica afetada nas praias, bem como os voluntários que removem o hidrocarboneto da água e da areia.
Em se tratando da exposição desse óleo na areia, os compostos encontrados são voláteis e podem ser inalados durante o manuseio, por isso é importante fazer uso de proteção respiratória com filtros contra vapores orgânicos, essa seria uma medida preventiva primordial para se começar a chegar perto desse resídou. Também, o uso de luvas de PVC, botas, óculos de policarbonato e vestimenta de proteção com capuz, seriam uma outra medida para evitar o contato direto com a pele no manuseio e locomoção. Mas o que se tem sido mostrado na mídia são diversos voluntários fazendo uso de respiradores semifaciais PFF1 ou PFF2. Estes EPI's NÃO SÃO ADEQUADOS PARA O RISCO.
Quanto a exposição no mar o ideal seria que NINGUÉM ENTRASSE NA ÁGUA, pois o contato direto com o agente, nesse caso, se dá por meio do veículo "água", o qual penetra em qualquer brecha deixada pelo EPI, eliminando a eficácia no uso de botas, luvas ou protetor respiratório. Em último caso, apenas roupas completas de NEOPRENE e respiradores autônomos podem proteger o voluntário contra a exposição aos agentes químicos contaminantes.
Sinais de intoxicação aguda já estão aparecendo em voluntários e já estão sendo divulgadas na mídia. Infelizmente não é nada inesperado, tendo em vista a desinformação da sociedade civil em geral com relação aos riscos de exposição ao óleo. Outra questão relacionada à intoxicação é o uso de diluentes para retirada do óleo. NUNCA USE THINNER, AGUARRÁS, QUEROSENE OU BENZINA para limpeza da pele. Use apenas sabão neutro.
Portanto, se pretende ajudar na remoção do óleo nas praias nordestinas, preze por sua saúde e faça o uso correto dos EPI's.