Em 2014 falamos em um artigo sobre o site mais traduzido do mundo, o JW.ORG. Já se passaram seis anos e pelo visto os editores do site levam muito a sério a necessidade de levar informações bíblicas as pessoas do "todas as nações, tribos e línguas", pois o site em pouquíssimo anos pulou de 300 idiomas para mais de mil.
O marco de mil idiomas foi concluído no final de 2019. Atualmente, no momento em que redigimos essa matéria, o site já está traduzido em 1021 idiomas, o que inclui 100 linguas de sinais e diversas línguas indígenas faladas no Brasil.
É importante ressaltar que não são usados nenhum tipo de sistema automatizado no site para fazer essa tradução, como o Google tradutor por exemplo. A maior parte da tradução é realizada por voluntários em uns 350 escritórios de tradução no mundo inteiro.
Para efeito de comparação, o site de informações que mais chega perto no número de traduções do JW.ORG é o Wikipédia com 287 idiomas disponíveis. Nem mesmo gigantes da tecnologia como a Apple, Microsoft, Adobe e outras, não chegam nem perto no número de traduções.
Segundo Gerrit Lösch, membro do Corpo Governante das Testemunhas de Jeová, disse: “Nosso trabalho de tradução tem umalonga história, começando lá nos anos 1800. E nos últimos anos esse trabalho aumentou bastante”. Ele acresceta, “Levamos um pouco mais de cem anos para chegar a 508 idiomas, em janeiro de 2013. Mas é impressionante ver que em pouco menos de sete anos nós quase que dobramos esse número: de 508 idiomas passamos a traduzir para mil”.
O site usa um design com UX (User Experience) avançada, que proporciona ao usuário uma navegação intuitiva e fácil de achar, inclusive com opções de acessibilidade. Para terem certeza de que a tradução seja clara e com um vocabulário atual, os escritórios de tradução localizam-se sempre que possível onde exista uma grande concentração de falantes nativos para que os tradutores estejam imersos no idioma, num ambiente que possibilite testarem palavras e expressões antes de usá-las nas publicações.
No Brasil, há escritórios de tradução, por exemplo, na região amazônica para o saterê-mawê e o ticuna, na Região Sudeste para o pomerano e na Região Sul, para o hunsrik e o talian.
John Yunker, autor do The Web Globalization Report Card, menciona: “A internet conecta computadores, mas idiomas conectam pessoas. […] O site jw.org mostra um grande respeito por quem fala os idiomas. […] Até o Facebook, com mais de 100 idiomas, tem um longo caminho pela frente. E embora o jw.org seja voltado para um trabalho voluntário, ele ultrapassa em muito o site mais popular do mundo, a Wikipedia, que está disponível em mais de 280 idiomas.”
“Quando analisamos o trabalho de tradução das Testemunhas de Jeová”, comenta o professor Gerhard Budin, subdiretor do Centre for Translation Studies, University of Vienna, “fica claro que os princípios básicos de tradução, são respeitados. Isso fica evidente na facilidade de ler um texto em vários idiomas na revista A Sentinela, por exemplo, mesmo abordando assuntos que afetam um grande público.”
Izak Marais, que supervisiona o Departamento de Serviços de Tradução, em Warwick, Nova York, Estados Unidos, comentou: “Traduzir para tantos idiomas e produzir esse material tem seus desafios. Por exemplo, para produzir um texto escrito, é preciso que todos os caracteres do idioma, como letras e sinais de pontuação, existam em programas de formatação de texto. Só que às vezes nós queríamos traduzir para um idioma falado por poucas pessoas e que não tinha todos os caracteres necessários para se produzir um texto escrito. Por isso, ao longo dos anos nós providenciamos que inúmeros caracteres e fontes de letras fossem criados, o que permitiu que produzíssemos publicações impressas em centenas de idiomas. Muitos desses mil idiomas não têm nenhum outro material disponível na internet.”
Clive Martin, que supervisiona o Departamento de Programação do MEPS, responsável pelo conteúdo do jw.org, acrescentou: “Um desafio que enfrentamos é como disponibilizar num único site um artigo legível e atraente em centenas de idiomas. Cada idioma tem seu próprio alfabeto e modo de visualização. Por exemplo, dos mil idiomas encontrados no site, 21 são escritos da direita para a esquerda. Além disso, no caso das cem línguas de sinais, nós temos de criar uma página que seja fácil para os surdos navegarem.”
Creditos das imagens: Cortesia das Testemunhas de Jeová.
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